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  • Foto do escritorTendere Tendere

“Quando fizer 18 anos eu vou morar sozinho!”

Morar sozinho está cada vez mais comum... não por rebeldia jovial e sim por mera vontade ou liberdade de escolher ficar em seu “quadrado”. Transformações urbanas e de formação de sociedade contribuíram para esta mudança de quadro. Este post é sobre isso.


O jovem que já tem um pouco mais de grana para morar sozinho é um dos perfis desse público, mas não o único. Foto: The Campus Sartorialist.

As unidades de habitação no Brasil sofrem forte influência parisiense burguesa no século XX e isso se estende até os dias de hoje. Em pleno século XXI, a repartição em zonas de serviço, social e íntima, ainda é base de projetos para unidades multifamiliares (apartamentos). Ou seja, apesar das novas formas de morar, novas famílias sendo formatadas e dos novos problemas de mobilidade urbana, ainda se projeta com velhas formulas pensando no tradicional cotidiano: estar, jantar, dormir.


Há uma infindável variação de “ formatos” de novas famílias: casais heterossexuais, casais gays, amigos vivendo em república, DINKS (Double Income no Kids - algo como dupla renda, sem crianças, para os casais sem filhos) , casais de idosos, pais solteiros, divorciados, viúvas, solteiros. Os últimos três grupos cada vez mais frequentes, são uma tendência e tem gerado uma demanda de cotidiano completamente diferente por serem representantes de novas formas de morar.


Por conta da progressiva exiguidade dos espaços devido principalmente ao aumento do preço do solo urbano e pela procura por maior mobilidade urbana, os “ avulsos”, geralmente escolhem apartamentos bem localizados, porém minúsculos. Ainda assim, são consumidores vorazes de design e decoração, pois gostam de deixar o “cafôfo” bem legalzinho pra viver e pra receber quem eles gostam.


As categorias de morar sozinho



Sozinho do bom, bonito e barato


Tem “sozinho” que aprecia o bom, bonito e... barato! Ele é aquele cara que compra a cerveja belga pois não terá que dividir com o colega de apê. É aquela menina que, durante o mestrado, finalmente vai comprar seu próprio sofá e não vai mais precisar pegar emprestado da vovó. Esses são do grupo, tô morando sozinho “por enquanto” mas mesmo assim quer adquirir produtos de design legal, pra quando ele for morar com alguém, levar consigo. Mas que não seja muito caro...


O que esse grupo consome de Design? Móveis DIY, adesivos de parede, itens de cama -mesa - banho disponíveis em lojas de departamento, mobiliário com rodízios, peças de decoração que sejam atemporais (porem descoladas). Tudo que puderem comprar e usar depois que mudarem para um espaço maior, mais “ definitivo”.



Sozinho por opção


Tem também o grupo dos “moro sozinho por opção”. Esses são bem mais exigentes. Geralmente divorciados, separados ou viúvos. Já tiveram lá suas experiências e apesar de procurarem praticidade, prezam a qualidade. Afinal provavelmente estão montando a casa pela, segunda, terceira, quarta vez na vida. Não é que este solteiro(a) seja um esbanjador, mas ele sabe o que quer, o que precisa e até o que é supérfluo, mas quer mesmo assim. E pode até ser caro!


O que esse grupo consome de Design? Móveis planejados, quadros e gravuras, itens de cama-mesa-banho de lojas especializadas, mobiliário com excelente acabamento, peças de decoração de tendência. Tudo que exigirá um certo garimpo e pesquisa e que lhe dê a sensação de ser único e exclusivo.


Tendência ou não, os tipos de família estão se modificando, e se você ai trabalha com design, arquitetura, moda, fotografia... qualquer âmbito da Economia Criativa, vai ter que se mexer e mudar sua forma de pensar os espaços. Quebrou-se este paradigma que o solteiro, viúvo, divorciado é um ser “solitário”. As redes sociais, a facilidade de acesso aos serviços de cultura e entretenimento, as manifestações culturais de rua, estão ai para agregar pessoas. E você não precisa morar com nenhuma delas para tê-las em sua vida.


Afinal, morar sozinho é viver muito bem acompanhado!


Vinie Pedra Arquiteta atuante que ama a docência. Graduada em Arquitetura e Urbanismo na UFAL e Mestre em Urbanismo pela PUCCAMP. Docente dos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Coordenadora da Pós Graduação em Design de Interiores do SENAC. Pesquisadora, na Tendere, de Lifestyle (vida urbana e modos de habitar).


Fontes: Nomads - Núcleo de Estudos Habitares Interativos da Universidade de São Paulo Tendere - Pesquisa de Mercado – 2016 – apresentada no 6º Seminário de Tendências - outono-inverno 2016. Apezinho

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