Sabemos que a indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo. Os principais impactos são o esgotamento dos recursos que existem no planeta e a poluição - nem tudo o que é descartado tem um fim correto e organizado, como em outras indústrias. Este é o tema que Patricia Sant’Anna, CVO e fundadora da Tendere, além de palestrante no recente Sustexmoda da USP, expôs na entrevista para o quadro Frequência de Estilo, da Rádio Gazeta.
Entre as alternativas para uma moda mais sustentável, segundo Patricia, estão buscar novas possibilidades de materiais, como, por exemplo, outras fibras e filamentos naturais que vão além do algodão (ainda massivamente utilizado). A reciclagem também deve entrar no foco das empresas. Fibras sintéticas reprocessadas tiram a necessidade de buscar matérias-primas novas. É a economia circular, que busca criar o mínimo lixo possível no processo produtivo.
Patricia deixa claro que toda ação do homem sempre causa impacto. O que conta é causa o mínimo possível. Por isso, as empresas devem agir e buscar possibilidades de diminuir o impacto ambiental, mesmo que essas soluções sejam, por hora, imperfeitas. O consumidor final, que preza cada vez mais por transparência, valoriza mesmo essas ações.
Fast fashion.
O fast fashion se configura como um modo de consumir moda de maneira superacelerada, e, por isso, tem impactos muito grandes tanto ambiental quanto socialmente. Porém, é um modelo que está com os dias contados. As grandes empresas do setor, principalmente as mais tradicionais, “sabem que o modelo de fast fashion é inviável daqui 10, 20 anos.”, segundo Patricia. “Por isso, já começaram o processo de começar um novo tipo de formato. O fast fashion é só um processo produtivo que deu certo dos anos 1990 para cá.” Ele pode ser substituído. O processo de inventar outras formas de pensar moda exige tempo e muita estratégia, não pode ser obtido do dia para a noite.