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Como entender a influĂȘncia pop da Coreia do Sul na moda

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    Tendere Tendere
  • 4 de jul. de 2019
  • 4 min de leitura

Vivian Berto de Castro


Seoul Fashion Week A/W 2019. Foto Paul Jeoung/Harper/s Bazaar

Por meio do K pop e do K drama, a Coreia do Sul tem se tornado, nos Ășltimos anos, uma referĂȘncia importante de moda, beleza e mesmo de comportamento, em especial para a geração Z. O que iniciou com alcance de nicho jĂĄ percorre diferentes pĂșblicos e mesmo quem nĂŁo se identifica necessariamente com os produtos da indĂșstria de entretenimento pode ser sensibilizado de alguma forma.



A chamada Hallyu ou Korean Wave, como ficou conhecida a “febre” coreana, foi um termo cunhado pela imprensa chinesa no começo dos anos 2000 para se referir Ă  forte influĂȘncia sul-coreana entre os jovens urbanos do paĂ­s. Se refere aos produtos de entretenimento, em especial seriados de TV (K-dramas) e bandas de mĂșsica pop (K-pop). O que começou com os paĂ­ses vizinhos asiĂĄticos se espalhou para o restante do mundo.



Esse tipo de influĂȘncia nĂŁo se desenvolveu por acaso na Coreia do Sul, mas sim foi parte de uma espĂ©cie de planejamento governamental para aumentar a influĂȘncia do paĂ­s no exterior por meio do soft power, ou o poder da indĂșstria do entretenimento. Vale dizer que a Coreia do Sul passou boa parte do sĂ©culo XX em regimes militares autoritĂĄrios, e sĂł obteve sua democratização em 1988 - ou seja, passou a construir seu “impĂ©rio” apenas depois disso. O paĂ­s asiĂĄtico tambĂ©m Ă© um bom exemplo de smart power, ou seja, reunir o soft com o hard power (o poder econĂŽmico-polĂ­tico). Gigantes coreanas como a Samsung sĂŁo exemplos disso.



No Brasil, como em muitos paĂ­ses do mundo, a longa lista de tĂ­tulos coreanos na Netflix cresce ao mesmo tempo em que mais bandas K pop se apresentam por aqui. Eventos reĂșnem jovens para se vestir e dançar coreografias de “passinhos” conforme seus Ă­dolos fazem nos videoclipes, que tĂȘm milhĂ”es de acessos no YouTube (um dos mais vistos, o hit DDU-DU DDU-DU da banda Blackpink, lançado em junho do ano passado, soma quase 900 milhĂ”es de visualizaçÔes).


O universo coreano sensibiliza jovens do Ocidente que nĂŁo teriam, por outro meio, outras referĂȘncias asiĂĄticas. Eles adotam moda, padrĂ”es de beleza, gestualidades, comportamento, enfim, tudo o que os sensibiliza de alguma forma. Por isso, Ă© impossĂ­vel pensar o consumo da geração Z de forma assertiva sem passar pelas referĂȘncias e efeitos da Hallyu.



Dica da Tendere: nunca assistiu a uma sĂ©rie de K drama e nĂŁo sabe por onde começar? Assista a Dramaworld (2017), uma sĂ©rie disponĂ­vel na Netflix. O plot Ă© que uma menina norte-americana, fĂŁ de cultura coreana, vai parar dentro de um K drama. A sĂ©rie brinca (e mostra) com a fĂłrmula desse tipo de entretenimento e Ă© uma boa porta de entrada para se familiarizar com o gĂȘnero.



Mercado de moda local


O streetwear, quase onipresente na moda da geração Z, tambĂ©m ganha pĂșblico cativo na moda coreana. O paĂ­s Ă© o segundo maior consumidor da marca Vetements (que influenciou muito do que vemos do que Ă© popular do streetwear atualmente), ficando apenas depois dos Estados Unidos, segundo uma matĂ©ria do Business of Fashion. A Vetements e algumas marcas consolidadas europeias (Gucci, Balenciaga, Burberry, HermĂšs) conseguem entrar com sucesso no rico e prolĂ­fico mercado sul-coreano, mas a preferĂȘncia mesmo Ă© por marcas locais. Estas se adaptam tanto ao gosto quanto ao biotipo do mercado coreano.



Entre as locais, hĂĄ as populares “SPA Brands” (sigla para Speciality retailer of Private label Apparel), que sĂŁo as concorrentes locais de fast fashion como H&M e Zara - mais uma vez, com a vantagem do local sobre o global das gigantes da moda rĂĄpida. E-commerces de moda rĂĄpida e acessĂ­vel sĂŁo Stylenanda e Imvely, que tambĂ©m entregam em outros paĂ­ses ao redor do mundo.



O que vemos tambĂ©m Ă© um crescimento do interesse do mercado internacional pelas marcas locais. AMBUSH (streetwear) e Gentle Monster (eyewear) jĂĄ sĂŁo marcas locais bastante consolidadas no cenĂĄrio internacional. A Seoul Fashion Week cresce a cada edição e jĂĄ Ă© vista (e acompanhada) como uma das grandes semanas de moda fora do circuito principal de moda. O streetwear com uma leve pegada “sem gĂȘnero”, seguindo um estilo semelhante ao da AMBUSH e de algumas marcas mais tradicionais japonesas, Ă© o que tem feito algumas jovens marcas locais se destacarem no mercado global.


Campanha da Gentle Monster.

Pensar a moda


Moda Ă© uma das referĂȘncias que primeiro chega aos olhos dos jovens que seguem celebridades, bandas e, especialmente, seriados sul-coreanos. E hĂĄ elementos que aproximam e que afastam essas referĂȘncias da nossa realidade, brasileira e do hemisfĂ©rio sul como um todo.


Search: WWW (2019)

Romance is a Bonus Book (2018).

Angel's Last Mission: Love (2019).

A moda coreana é casual, pråtica. Para as mulheres, essa casualidade se traduz em tecidos casuais - malhas e jeans se sobressaem. A sensualidade também estå quase sempre presente, seja em cinturas marcadas, seja em comprimentos mínimos.



No masculino, as formas ajustadas (principalmente em camisas e calças) e o uso de cores sĂŁo pontos de confluĂȘncia. Ainda vale destacar que os homens coreanos tĂȘm um padrĂŁo de beleza interessante – o quanto mais delicados forem os traços e roupas, melhor. Isso coloca um outro tipo de elegĂąncia e sensualidade que reflete as formas como vemos o masculino, bem diferente do padrĂŁo da AmĂ©rica Latina, mas que jĂĄ reflete na geração Z daqui.




Estudar e entender o que configura a moda jovem e da indĂșstria do entretenimento coreanas Ă© de extrema importĂąncia para entender a geração Z e o que a estĂĄ sensibiliza atualmente.

 
 
 

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